Quais são os principais avanços atuais na área de detecção/biópsia das mamas?
Atualmente, temos avançado bastante neste setor. Um bom exemplo é a utilização da nova geração de agulhas de biópsia a vácuo, que tornou o procedimento mais rápido, ainda mais seguro e eficiente. Isso é muito importante para a retirada do tecido mamário que será avaliado, além de gerar menos desgaste para o paciente, que fará uma biópsia ainda mais acertiva e em menos tempo.
– No CEPEM, quais são os tipos de biópsia realizados? Falem um pouco mais sobre a mais recente, a biópsia percutânea, que inclusive tem o respaldo que comentaram do estudo americano de 2013 – que afirma que em 1,6 milhão de biópsias no ano, 70% a 80% são biópsias percutâneas, e destas, 80% têm diagnóstico benigno, ou seja, evitam que mulheres se submetam a cirurgias desnecessárias.
Na unidade Botafogo, realizamos biópsias por ultrassonografia, estereotaxia digital em mesa e ressonância magnética. Nas unidades Barra e Centro, por enquanto, apenas por ultrassonografia e estereotaxia digital. A indicação vai depender da área a ser biopsado.
Segundo o Colégio Americano de Radiologia, com a utilização da biópsia percutânea, pode-se evitar até 80% das cirurgias de mama.
Hoje, com o avanço da tecnologia, lesões benignas de até 2cm, como o fibroadenoma , podem ser retiradas através da biópsia percutânea.
– Como é o centro de biópsia do CEPEM? Como estamos posicionados no Rio em relação à concorrência?
Hoje, somos posicionados como o maior centro de biópsia da América do Sul. Realizamos biópsias percutâneas desde 1996 e acumulamos mais de 100 mil casos. Fomos os pioneiros no país na realização da mamotomia e a estereotaxia digital.
Contamos com um centro de biópsia moderno e confortável, que oferece todos os tipos de biópsia percutânea em um único local, com atendimento exclusivo e personalizado.
– No país, quais são os principais desafios médicos que observam em relação à detecção do câncer de mama?
Infelizmente, no Brasil ainda não contamos com um programa de screening abrangente, que possa contemplar todas as mulheres.
Faltam aparelhos de mamografia e profissionais da área especializados e experientes para avaliação dos exames, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Aqui na região Sudeste, principalmente na rede pública, as mulheres também sofrem com a demora para a realização dos exames e com a qualidade dos aparelhos que, muitas vezes, estão em péssimo estado, etc.
O câncer de mama é uma doença grave, mas que pode ter seu prognóstico modificado se descoberto em sua fase inicial.
– Quais são as promessas para o futuro, no que se refere ao campo da biópsia? Algum novo equipamento, ou alguma ferramenta nova para o paciente… o que podemos esperar?
Já existem algumas novidades em andamento, como as novas gerações de agulhas, capazes de colher amostras fartas, que poderão contribuir para o tratamento de algumas lesões, segundo alguns estudos publicados recentemente. Também estamos recebendo, em primeira mão, novos Clips marcadores dos locais das biópsias, que evitam migrações para outras partes da mama.
– Em relação ao preparo para a biópsia, uma questão muito polêmica costuma ser a da suspensão (ou não ) dos anti-coagulantes, alguns dias antes da biópsia, dos pacientes que fazem uso, por conta do risco de grandes hematomas pós procedimento. O que acha sobre isso?
Até há pouco tempo, a suspensão de medicamentos anti coagulantes era indicada para evitar a formação de grandes hematomas, bem como o comprometimento das amostras com grandes coágulos, o que poderia impactar nos resultados.
Hoje, já existem estudos que mostram que a continuação do uso destas medicações não compromete a qualidade do material e a ocorrência de grandes hematomas é mínima, menos de 1%, com a utilização dos novos equipamentos, muito mais rápidos e seguros.