Mamografia em pauta
No mês em que se é comemorado o Dia Nacional da Mamografia (05/02), o Dr Henrique Pasqualette esclarece mais sobre a importância desse exame.
As alterações nas mamas – sejam elas dores, secreções ou lesões – são responsáveis por cerca 15 milhões de consultas médicas ao ano. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é um dos mais frequentes em mulheres no Brasil e no mundo, atrás somente do câncer de pele não melanoma. Somente ano passado, foram estimados 59.700 novos casos diagnosticados no país, o que representa 29,5% dos cânceres em mulheres.
Para avaliarmos o significado do câncer de mama no cenário global, precisamos analisar não somente a doença, mas as suas formas de detecção. “Antigamente, o câncer de mama era considerado uma enfermidade muito grave, com baixas chances de sobrevida. Não havia métodos de diagnósticos eficientes”, pondera o Dr. Henrique Pasqualette, mastologista e diretor médico do CEPEM.
O primeiro sistema de mamografia a seguir moldes semelhantes aos usados nos dias atuais foi desenvolvido somente na década de 1960. Hoje, o cenário é outro. Em busca de melhor eficácia diagnóstica, a indústria de equipamentos médicos evoluiu com a mamografia digital de campo real, a mamografia digital com detecção inteligente e a tomossíntese, que permite a visualização tridimensional das mamas. O desenho anatômico dos mamógrafos já tornou o exame menos incômodo e os avanços das tecnologias de detecção possibilitam a geração de imagens cada vez mais apuradas.
A mamografia é um procedimento não invasivo que captura imagens do seio com o mamógrafo. O aparelho usa a mesma radiação do raio-X tradicional, mas em uma dose extremamente baixa. “A partir desse exame, é possível buscar por nódulos, microcalcificações, distorções da arquitetura mamária ou áreas densas assimétricas. Sinais que podem indicar a presença de uma neoplasia maligna. A mamografia digital é preconizada como o primeiro exame a ser feito para o rastreio do câncer de mama. Enquanto o ultrassom das mamas, a ressonância magnética e, mais recentemente, a angiomamografia são complementares às alterações previamente observadas”, afirma o especialista.
A partir dos achados da mamografia, o diagnóstico é feito com base na escala BI-RADS (Breast Imaging Reporting and Data System), sistema de classificação padronizado e usado mundialmente. Baseado nesse método, as lesões classificadas nas categorias 4 e 5 são as que sugerem um grau de suspeita. Para esses casos, a investigação deve continuar por meio da biópsia. Um dado interessante é que a cada 100 biópsias de mama realizadas, somente 30% estão associadas a câncer.
A recomendação do Ministério da Saúde é que mulheres entre 50 e 69 anos realizem a mamografia a cada dois anos. Porém, é padrão seguirmos as indicações de entidades médicas como o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), que recomendam o início do rastreio a partir dos 40 anos, anualmente. Em casos específicos, como quando há histórico de casos de câncer de mama na família, o médico pode solicitar a mamografia em pacientes mais jovens e com intervalos mais frequentes.
Devido ao eventual desconforto, ainda há mulheres que têm receio de realizar esse exame. “Enquanto médicos, a nossa conduta é ressaltar que o procedimento é rápido e, quando os achados estão normais, essa paciente só vai precisar realizar a mamografia uma vez ao ano. É uma dor que passa após o exame e ajuda a evitar problemas muito maiores à frente. Atualmente, contamos com uma moderna tecnologia de mamógrafos, o Pristina, que possui um controle de auto-compressão e faz com que a paciente monitore o próprio procedimento”, salienta.
Como podemos ver, a mamografia é um exame de rotina essencial para a saúde da mulher após os 40 anos. “Seguindo as constantes evoluções da ciência, estamos aptos a acompanhar e estudar o câncer de mama desde o diagnóstico até a possibilidade de metástase. Somos capazes de intervir no decorrer da doença e evitar complicações. Quanto mais cedo for realizada a detecção, maiores as chances de cura (mais de 90%)”, conclui.
Indique o CEPEM para os seus pacientes: (21) 2266-8000.